As técnicas de produção de notícia em  radiojornalismo, praticamente, não existiram durante os 18 primeiros anos. A produção se resumia na leitura de notícias recortadas dos jornais de dos terminais de telex.

 

O rádio começou a produzir notícias na realização da primeira edição do "Repórter Esso", na Rádio Nacional, que foi ao ar no dia 28 de agosto de 1941, quando o Brasil entrou na Guerra ao lado das forças aliadas. O jornal falado já era produzido, de forma experimental, na Rádio Farroupilha de Porto Alegre.
 

A criação "original" deste jornal falado veio das rádios norte-americanas que, fruto da "política de boa vizinhança" com os países da América Latina, o "Repórter ESSO" era produzido  em Nova Iorque, Buenos Aires, Santiago, Lima e Havana.
 

O "Repórter Esso" era produzido no escritório da agência estrangeira McCann-Erickson de publicidade no Rio de Janeiro com notícias distribuídas pela UPI - United Press International.
 

As notícias transmitidas pelo jornal falado até maio de 1945, quando a guerra acabou, eram informes sobre o desenrolar do conflito mundial. Daí terem sido criados os "slogans": "o primeiro a dar as últimas notícias" e "testemunha ocular da história". Eram "slogans" com objetivos claros, diferentes dos de hoje, massificados, que ganham espaços sem ecos: "Rede Globo, tudo a ver!" ou "Rede Globo, um caso de amor com o Brasil!"

 

Várias foram as transformações feitas e/ou implementadas pelo "Repórter ESSO". Uma delas foi o de criar na audiência o hábito de ouvir nos jornais falados os blocos de notícias nas horas cheias, além de inserções de edições extras identificadas por "códigos paralelos", criados através de vinhetas sonoras. 
O jornal falado passou a impor ao mercado radialista, dentro do radiojornalismo, as bases de posturas éticas, na época, determinando, inicialmente, que o "Repórter ESSO" é apenas um programa informativo; que não seria permitido comentar nenhuma notícia; e que, sempre, identificaria as fontes das notícias.

 

Heron Domingues que apresentou durante anos o "Seu repórter ESSO" foi quem criou a primeira seção de jornais falados e reportagens. Era a primeira produtora de notícias nas rádios brasileiras. Formada por quatro redatores e um chefe de reportagem e um colaborador do noticiário parlamentar, não escondia a adaptação da experiência do jornal impresso, com nomenclaturas e hierarquia, nas rádios. As fontes da produção de notícias eram a reportagem local e as notícias recebidas de serviços noticiosos como a "France Press, Associated Press, Agência Nacional e UPI.
 

Com a formatação em blocos de notícias políticas, econômicas, esportivas, cidade, internacionais e previsão do tempo, o primeiro grupo de jornalistas e de radialistas, com Heron Domingues, criaram em 1953, a Rede Nacional de Notícias. Era um serviço de retransmissão em ondas curtas dos jornais falados da Rádio Nacional do Rio por emissoras de todas as regiões do País.